Janelas
A minha paisagem de agora são janelas. Iguais no seu corpo perpendicular, essas caras de cimento silencioso enfrentam-me com tez de olhos abjectos. Invejo-as, porém, pela coragem que desprendem. Miram, a toda a hora, tudo o que há por fora para olhar. E não se entediam com o passar do tempo.
As minhas janelas sou eu, furibundo de mim. Quem me há-de correr as persianas dos olhos? Quem me há-de fechar quando for noite?
Moscavide, 11/Agosto/98
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