11.5.06

Não te percas na viagem

Leva tudo quanto de teu tens. O cabelo, os lábios esguios, a pele. A tua roupa. Mais ninguém. Mas leva(nta)-te nessa viagem que segues, rumo a um longe qualquer que decidiste. O caminho é teu, e não to roubo. Deixo-te apenas um beijo por lembrança. Não me contes qual a rota que segues, pois se é teu esse passo dado. Para Leste, porventura? Porque me pergunto ainda para onde vais, se “embora” é o que de ti me acontece agora rente à pele?
Brindo agora – e sempre brindarei– à saúde que é a tua. Não te percas na viagem.

Moscavide, 31/Julho/98